Miopatias Inflamatórias Autoimunes
- Dr. Luiz Eduardo de paula
- 14 de dez. de 2020
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As miopatias inflamatórias idiopáticas são doenças cuja característica comum é a lesão muscular mediada por células inflamatórias autoimunes. Essa doença é caracterizada por fraqueza da musculatura dos braços e pernas, dificuldade de marcha, podendo causar envolvimento da musculatura da fala (disfonia) e da deglutição (disfagia), sendo que nos casos mais graves desenvolvem falta de ar e infecções por pneumonia aspirativa.
Existem subgrupos distintos incluindo a dermatomiosite (DM), a polimiosite (PM), a miosite por corpúsculos de inclusão e a miopatia necrotizante imunomediada. A síndrome anti-sintetase também está emergindo como um subgrupo distinto com sua característica histopatológica muscular única associada à diversos outros sintomas como febre, artrite, lesões de pele e doença pulmonar inflamatória.
Os critérios mais conhecidos para o diagnóstico das miosites foram publicados em 1975 (Bohan e Peter) e tem sido amplamente usados ao longo destes anos, apesar de já terem se tornados antiquados devido aos recursos atuais de imunologia, histopatologia e exames de imagem.
Atualmente muito tem sido estudado com relação aos diferentes anticorpos que são úteis para o diagnóstico, prognóstico e também para identificar subtipos específicos de doença muscular imunomediada. Um exemplo já bem difundido na prática clínica é o anti-Jo1, que é um dos anticorpos anti-sintetase (síndrome clínica associada à miopatia, febre, artrite, lesões cutâneas e fibrose pulmonar).
Novos critérios de classificação foram validados em 2016 pela Liga Européia contra o Reumatismo (EULAR) e o Colégio americano de Reumatologia (ACR).
O paciente com suspeita de Miopatia Inflamatória deve ser avaliado pelo médico Reumatologista que faz o diagnóstico baseado nas manifestações clínicas, exames laboratoriais (aumento de enzimas musculares), eletroneuromiografia (um exame que avalia o nervo periférico e a fibra muscular), exames de imagem como a ressonância magnética e a biópsia muscular.
Com relação ao tratamento, novos estudos identificaram diversos medicamentos capazes de melhorar a doença, além de diversos tratamentos relacionados à terapia de reabilitação e fisioterapia.
Diversos medicamentos tem sido utilizados para o tratamento como o Metotrexate, a Azatioprina, o Micofenolato de Mofetila, a Imunoglobulina e o Rituximabe. Algumas terapias são promissoras e podem ser no futuro utilizadas mais amplamente como o Lenabasum, o Abatacept, o Tofacitinibe, entre outras.
Além do tratamento medicamentoso, grande importância tem sido dada pela reabilitação na recuperação da força muscular, demonstrando a importância de uma terapia multidisciplinar no manejo desta complexa doença.
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